-Alice! meu anjo viverei em função de ti.Viverei em função do nosso amor. Se me deres como resposta um sim.Ai então seremos um só, e nossas almas estarão entrelaçadas em um forte vínculo de amor e carinho.Oh,minha amada aceita casar-se comigo? - Indagou Daniel,com um forte brilho nos olhos,e emoção transformado-se em lágrimas.
-Daniel! meu amado. Tu es minha vida. Meu tudo,entrego-me em teus braços, meu corpo junto de minha alma, serei tua,e somente tua, meu coração bate cujo o motivo é a existência do teu ser.Viverei em função de ti.Viverei em função do nosso amor. Tens como minha resposta...SIM.
20-07-1999,
-Daniel! meu amado. Tu es minha vida. Meu tudo,entrego-me em teus braços, meu corpo junto de minha alma, serei tua,e somente tua, meu coração bate cujo o motivo é a existência do teu ser.Viverei em função de ti.Viverei em função do nosso amor. Tens como minha resposta...SIM.
20-07-1999,
Estava eu sentada nos pés da minha cama. Com meus cotovelos escorados em minhas pernas e com minha cabeça apoiada em minhas mãos. Meus cabelos estão caídos, assim cobrindo minha face, e em minha mente se passam um turbilhão de pensamentos; estava eu vestida em uma camisola branca de cetim, na altura das coxas,e de pés descalços. Mas eu tinha que me apressar pois todos os convidados já deviam estar a caminho. Apesar de estar confusa, eu estava também ciente de que aquele seria o dia mais feliz de toda a minha vida.
Todos já estavam impacientes, o noivo estava a minha espera no altar. Ele estava nervoso,andando de um lado para o outro, ansiado pela minha entrada triunfal, e preocupado com a minha demora. Enquanto isso eu ainda em casa, já estava quase pronta.Vestida num vestido branco, como a neve, com alcinhas delicadas ,um decote não muito ousado mas impossível de passar despercebido.O vestido apertava-se em minha cintura fina e muito bem definida. Uma fita de seda, também branca, transpassada em minhas costas, com um laço muito bem feito. Na frente a saia do meu vestido dava na altura das coxas, e atraz uma calda que arrastava-se pelo chão. Em meus pés eu fazia uso de um scarpin de camurça vermelho. Meu cabelo estava perfeito, cachos dourados e longos caiam sobre meus ombros e costas, na cabeça uma tiara branca, com desenhos dourados e delicados de folhinhas de maple. Eu estava linda como nunca sonhara antes,me sentia uma verdadeira princesa,e aquele era o meu dia.Eu transbordava de felicidade, e já não estava mais confusa, agora queria chegar o quanto antes na igreja.
A limusine estava a minha espera no portão do prédio, eu desci as pressas. Seu Arnaldo estava vestindo um traje de motorista muito elegante, me ajudou com o vestido e eu entrei no carro, então pegamos o rumo da igreja, que por sinal não era muito perto dali. Eu estava tão emocionada e ansiosa que nem vi de primeira um envelope vermelho ao meu lado, encima do banco. Foi quando precisei me apoiar que percebi a presença de tal, eu nem imaginava que estava prestes a sofrer a maior e mais dolorida decepção que uma mulher poderia na vida. O envelope era grande e bonito, junto de um cd havia um cartão que dizia :
"Alice,eu espero que seja forte,mas não posso deixar que seja enganada,
espero que compreenda que eu penso em seu bem estar,e que sentia como
obrigação te relevar este segredo,assista este video antes do casamento
na limusine e tome a melhor decisão para sua vida,lembre-se...só fiz isso
porque te amo de verdade."
Eu imediatamente fiquei pálida, senti um certo medo, não queria que nada estragasse o meu dia, mas também fiquei curiosa, então coloque o cd para rodar. Não tem como explicar a dor que eu senti quando comecei à ver aquelas imagens, nem a dor da morte de um ente querido, não é nem comparável com a dor que senti naqueles minutos, nem se me cortassem a pele do rosto com uma faca de sera, não doeria como ver aquelas fotos. No dia do meu casamento vestida de noiva, a caminho da igreja e eu vendo um dvd com varias imagens do homem que eu mais amo em toda a minha vida, daquele que me espera ansioso no altar, na cama com garotas de programa, fazendo orgias, transando com mulheres vulgares, prostitutas. Nas imagens duas mulheres nuas e por sinal muito bonitas, beijavam o corpo do meu homem, do meu AMOR, passavam a língua no abdômen que eu costumava acariciar, beijavam a boca que me dizia palavras tão lindas, a boca que me prometia amor sincero e eterno, puxavam o cabelo que eu costumava a fazer cafuné com tanto carinho, faziam com meu homem orgias, e ao mesmo tempo destruíam com a minha vida, e um dos detalhes mais importantes que em cada imagem havia a data 18-07-1999 dois dias antes do casamento. Mas o pior ainda estava por vir, havia videos, onde as mulheres gritavam e gemiam, faziam ele dizer coisas que me despedaçaram com o coração. Segundo aqueles videos ele havia desistido de casar-se comigo, e já não me amava mais.
Eu tinha que tomar uma decisão. Pensei em minha familia e amigos, nos convidados e em todo o dinheiro investido na festa, no vestido, na limusine. Decidi beber um pouco. No mini bar do carro havia uma garrafa de whisky do bom e gelo, me servi um copo cheio e comecei a beber sem parar, aquilo desceu ardendo. Decidi então entrar na igreja, mas não sabia oque poderia acontecer. Mas eu precisava ver a cara de Daniel, precisava sentir oque ele estava sentindo naquele momento.
Em frente ao local onde me casaria. Ainda estava em duvida se descia ou não do carro,q uando minha mãe saltou de dentro da igreja foi ate a limusine me pegou pelo braço e falou
-Você ta louca ?onde estava ? venha comigo antes que os convidados vão embora, o teu noivo já se arrancou quase todos os cabelos de nervosismo. Nossa como você está maravilhosa.
Vendo que eu não dizia uma só palavra ela falou
-Minha filha você esta bem ?andou bebendo ?
-Só uma dose para me acalmar mamãe, mas estou bem sim - respondi
-Estou tão orgulhosa de você minha filha, eu ti amo muito e quero que saiba que te apoio em qualquer decisão que tomar ? eu vou indo pro meu lugar e você vem em seguida ok ?
Me deu um beijo na testa e me olhou nos olhos, então virou-me as costas e entrou. Eu desci da limusine e já não tinha muita confiança em minha pernas, subi os degraus e lá na porta estava meu pai a minha espera, entrelaçou seu braço no meu e me ajudou a pegar o rumo do altar. Em minhas mãos pequenas e delicadas, eu segurava com força um buquê de tulipas vermelhas. Todos se levantaram, menos um dos amigos de Daniel chamado Leandro, meu olhar estava sério e fixo em Daniel que me esperava no altar com lagrimas nos olhos e um sorriso radiante, ele parecia muito feliz em me ver. Ao nos encontrarmos ele pegou minha mão e me ajudou subir no altar, então me deu um beijo demorado na testa me olhou fundo nos olhos e disse.
-Você é a mulher mais linda do mundo, EU TI AMO.
Eu olhei para o rosto dele e senti uma angustia em meu peito, só conseguia pensar na cara de prazer que ele fazia ao transar com aquelas vadias, e nas coisas horríveis que ele dizia. Mas fiquei lá como um peso morto sem nenhuma reação, não prestei atenção em nenhum segundo da cerimônia, apenas quando chegou a hora do sim. Na vez de Daniel, ele falou um sim com um sorriso nos lábios e com uma cara de louco apaixonado, em minha vez o padre pediu, então olhei para todos os convidados imaginando quem me mandara aquele cd, será que estava ali? olhei para meus pais, estavam emocionados e orgulhosos,f oi quando o padre ergueu o tom de voz e pediu novamente, então respondi por impulso.
-Aham !!
Acabou a cerimonia e todos se dirigiram para o salão principal, depois é claro de várias fotos e cumprimento dos convidados, vários votos de felicidade, sorte e muito amor. Já no local da grande festa, fomos os últimos a chegar, Daniel me perguntava porque eu parecia abalada, e eu respondia que estava nervosa só isso. Entramos e todos os olhares voltaram-se para nós, observei Leandro no bar bebendo, e por cima do copo de whisky lançava um olhar estranho para minha pessoa, Daniel sorria e brincava com todos. Estava claro que aquele era o dia mais feliz de sua vida, mas porque me traíra dois dias antes do casamento? porque transara com prostitutas se eu dava à ele o máximo de prazer e carinho todos os dias?
Daniel largou de minha mão e fora cumprimentar os amigos, eu me direcionei ao bar, me servi um copo cheio de whisky e comecei a beber sem parar,enquanto bebia, eu observava Daniel, e Leandro me observava à alguns passos dali. Todos estavam muito alegres, haviam apenas duas pessoas quietas naquele salão, eu e Leandro, eu bebia sem cessar, já estava em meu limite. Chegou a hora do discurso dos noivos, primeiro foi Daniel, que disse varias vezes que estava muito feliz e que eu era a mulher da vida dele, que me amava perdidamente. Quando chegou minha vez me surgiu um pensamento, então todos gritavam:discurso,discurso...larguei meu copo na mesa e pedi um segundo, então cambaleando, me dirigi até a limosine e apanhei o cd que havia acabado com qualquer sentido da minha vida.
coloquei rodar no aparelho de dvd que ficava bem no meio da parede dos fundos do salão e reproduzia em um telão onde passava slides com fotos minhas e de Daniel todos poderiam ver. Rindo alto eu falei...
-Tenho uma surpresa para vocês, acho que vão amar. - estava difícil de parar em pé mas consegui reproduzir o video, e continuei dizendo com a lingua travando, as palavras saiam enroladas, pois estava muito bebada...
-Este é o amor da minha vida, este é o homem que me jurou amor sincero e eterno. haha
Todos estavam achando lindo, até as imagens começarem a aparecer no telão, ai a reação de cada um começou a mudar, meus familiares e os familiares dele começaram a ficar apavorados.
-Ta ai ó, praa toodos vocês verem o quanto este homem me ama. -Apontei o dedo pra Daniel, e ele começou ficar com uma cara de total desespero, apareciam vários amigos dele nas fotos, cujos alguns estavam presentes com suas mulheres ao lado. Nesta altura, eu já havia perdido toda minha compostura.
-Há!haha, vejam só, parece que eu não souu a única azarada daqui, olhem para a cara deles, como estão felizes, nós as "certinhas" não somos capazes de faze-los felizes dessa maneira, por mais que transamos todos os dias com nossos maridos, olhem, eles querem mais e mais, eles querem faras festas,prazer, eles gostam mesmo é das vadias, querem destruir com as nossas vidas - E as lagrimas começaram a rolar pela minha face e pela face de outras mulheres também.
-Eles dizem palavras lindas para nós com as bocas sujas, de fazer orgias com PROSTITUUTAS, -gritei
-Eles querem nos ver magoadas e tristes, rebaixadas no chão e acham que depois dizer um sim na frente de um padre e vai ficar tuuuudo bem. -Eu olhava pra cara de cada um, fazia uma pausa e depois continuava.
-Eles querem nos ver magoadas e tristes, rebaixadas no chão e acham que depois dizer um sim na frente de um padre e vai ficar tuuuudo bem. -Eu olhava pra cara de cada um, fazia uma pausa e depois continuava.
-Não sintam dó de mim, sintam dó de vocês mesmas por serem palhaças como eu fui...
-Me diga Daniel ! oque eu te fiz pra merecer isso? aonde eu erei ? porque destruiu com meus sentimentos ?hein ? você destruiu com a minha vidaaa. Eu ODEIO você, eu ODEIO todos vocês
- Comecei fazer gestos bruscos com os braços, foi quando perdi o equilíbrio e cai ao chão em lágrimas, Daniel chorando muito tentou me ajudar a levantar-me mas, recusei a ajuda dele com tapas em seus ombros e empurões. Levantei-me fui até a mesa dos noivos trançando as pernas de bêbada, Daniel havia deixado a chave do nosso carro junto com os documentos lá em cima, peguei e caminhei em direção da porta, quando estava no meio do caminho Daniel me segurou pelos dois braços, chorando desesperadamente me falou...
-Me diga Daniel ! oque eu te fiz pra merecer isso? aonde eu erei ? porque destruiu com meus sentimentos ?hein ? você destruiu com a minha vidaaa. Eu ODEIO você, eu ODEIO todos vocês
- Comecei fazer gestos bruscos com os braços, foi quando perdi o equilíbrio e cai ao chão em lágrimas, Daniel chorando muito tentou me ajudar a levantar-me mas, recusei a ajuda dele com tapas em seus ombros e empurões. Levantei-me fui até a mesa dos noivos trançando as pernas de bêbada, Daniel havia deixado a chave do nosso carro junto com os documentos lá em cima, peguei e caminhei em direção da porta, quando estava no meio do caminho Daniel me segurou pelos dois braços, chorando desesperadamente me falou...
-Alice, pelo amor de Deus me escuta, eu posso explicar, eles me drogaram, me perdoa por favor, eu não vivo sem você, Alice me escuta, não vá pelo amor de Deus Alice, EU AMO VOCÊ ! Alice meu amor não vá, não vá Alice !
Olhei nos olhos dele e quase acreditei, a vontade que eu tinha era de me jogar nos braços dele, me aconchegar e esquecer de tudo, pois o amor que sentia e ainda sinto por Daniel, é maior que o universso, mas aquelas imagens não saiam da minha cabeça, então me soltei dos braços dele, lhe enfiei um tapa na cara e sai desesperada. Entrei no caro e mal conseguia virar a chave, tranquei as portas e ali fiquei por alguns minutos. Daniel e alguns de nossos amigos, meus pais e os dele, gritavam, batiam no carro e tentavam abrir a porta, com a intensão de impedir que eu fosse, mas virei a chave soltei o freio de mão, engatei o ré e acelerei forte, os que estavam atrás saíram rápido. Virei o volante com força engatei a marcha e sai acelerando, deixando todos preocupados e Daniel principalmente desesperado.
2° Parte.
Muitas coisas são de extrema importância para qualquer pessoa, o trabalho, o estudo, um futuro. Para muitos a fama, a carreira, também a diversão, a alegria constante. Mas para mim, após conhecer e envolver-me com Daniel, tudo, absolutamente tudo, passou a ter a menor importância, só era bom e necessário se houvesse envolvimento com Daniel. A alegria só existia quando ele fazia parte do momento, eu pensava sim em um futuro, mas não me via sem a existência de Daniel em minha vida.
Leandro vendo que não havia maneira nenhuma de impedir que eu fosse, direcionou-se ao seu carro. Saiu rapidamente atras de mim. Minha mãe, me conhecendo muito bem, não permitiu que Daniel fosse ao meu encontro, pois estava ciente que eu ficaria nervosa e aumentaria a chance de um acidente. Levaram Daniel para casa e tentavam acalma-lo, como se fosse possível. Ele encontrava-se em estado de nervos, quebrava coisas, chorava o tempo todo, e queria sair de todo jeito a minha procura.
Eu já havia parado em um bar, para comprar uma garrafa de whisky, quando minha mãe ligou para meu celular, atendi, e falei que eu estava aos cuidados de uma amiga, para evitar preocupações, e pedi que me deixassem só e em paz por alguns momentos, ela compreendeu, mas nervosa me implorou que me cuidasse e não bebesse mais. Era de extrema estranheza, uma mulher em um vestido de noiva, parada em um bar, comprando uma garrafa de whisky. Todos imaginavam oque será que havia acontecido .
Entrei em meu carro, já com a garrafa aberta, andei alguns quarteirões e estacionei em uma praça. Desci e sentei em um dos bancos, ali fiquei bebendo. Eu não chorava, apenas bebia, meu olhar fixava-se em qualquer coisa, apenas pensamentos existiam, eu já não sabia o significado da palavra sentimento, havia apenas indiferença. Para o meu azar uma chuva grossa começou a cair, mas isso não fez com que eu mudasse meu comportamento. Permaneci sentada com os braços e ombros caídos, meu cabelo escorreu, alguns fios caiam em meus olhos, cujos estavam borrados pela maquiagem negra que eu fazia uso, uma cena dramática aos olhos de quem por ali passava.
Leandro, que me seguia, também me observava de longe, mas não se aproximou, quem o fez foi Daniel, que pegou o carro de seu pai, e começou dar voltas pela cidade a minha procura,sem acreditar que eu estava mesmo na casa de uma amiga.
Não foi difícil para Daniel me encontrar, era exatamente naquele banco, daquela praça, que costumávamos passar horas e horas conversando, rindo, fazendo planos, sonhando, namorando. Ali ficávamos nos acariciando e trocando carinhos e palavras de amor. Logo avistou-me, mas antes de vir em minha direção, foi até carro de Leandro e pediu:
-Oque você esta fazendo aqui ?
-Estou de olho se ela não vai fazer nenhuma besteira com sua própria vida - Respondeu Leandro.
-Eu não te entendo - Disse Daniel - Mas é com ela que me importo, vou leva-la para casa.
Virando as costas Daniel olhou-me, mas antes de sair Leandro indagou:
-Daniel, não vá ela precisa ficar sozinha, bebendo deste jeito ela não vai conseguir levantar-se, o importante é que não dirija, se você for ela vai ficar nervosa e vai fazer besteira.
-Oque você quer que eu faça ? Que a deixe ali na chuva ? - Disse Daniel, com a roupa já encharcada, e lágrimas caindo dos olhos vermelhos e inchados.
-Deixe que eu a leve para minha casa Daniel, - Respondeu Leandro.
-Não! mas é claro que não, é minha obrigação cuidar da mulher que amo. - Daniel falou, já se direcionando a mim. Leandro bateu no volante com raiva, e em seguida desceu do carro, e seguiu Daniel com a intenção de me defender.
Daniel se aproximou, e pegando em minhas mãos disse:
-Alice meu amor, eu te encontrei, fique calma, vai ficar tudo bem, eu vou cuidar de você.
Eu estava em mau estado, não reconheci Daniel de primeira pensei que fosse meu pai, mas quando percebi que era ele, fiquei nervosa e foi quando ele tentou me livrar da garrafa de whisky, que fiquei histérica. Ele muito nervoso, tentou me pegar no colo e me levar a força para casa, mas com a ajuda da garrafa me livrei de seus braços. Leandro, todo molhado, passou seus braços sobre meus ombros e falou:
-Calma Alice ! vou te levar para casa e Daniel vai te deixar em paz.
Sua intenção era ajudar, mas Daniel não compreendeu e com raiva puxou Leandro, entrando em conflito, Leandro um tanto quanto impaciente, se envolveu em socos e tapas com Daniel, enquanto isso deixei a garrafa cair, despedaçou-se ao chão e eu me direcionei ao meu carro, sai em alta velocidade, eles pararam de brigar e entraram juntos as pressas no carro de Leandro. Eu não tinha controle algum sobre meus atos, apenas dirigia com imprudência e a ultima coisa que vi, foi uma luz muito forte que me cegou instantaneamente.
Estava eu lá deitada, caída no meio da rua. Vestida em um deslumbrante vestido de noiva, encharcado de lágrimas e sangue que escorria de minha cabeça. Meus lindos olhos azuis, estavam selados, não havia mais nada, nem mesmo indiferença. Pingos grossos de chuva caiam sem sessar, agora pareciam cair em câmera lenta, Daniel olhou para cima abriu os braços e gritou com furor, o mais alto possível:
-Nããããooooooo !
Juntou suas mão tapando o rosto, baixou a cabeça e caiu de joelhos ao meu lado, debruçado sobre o meu corpo soluçava, derramava lágrimas de infinita tristeza, de angustia e sofrimento, lágimas de profundo arrependimento e dizia acariciando minha face ensanguentada:
-Alice, meu amor, não me deixe, Alice pelo amor de Deus fale comigo, (soluços)eu amo você Alice, você tem que entender que eu não vivo sem você, (soluços e choro).
-Aliceeeeeee. - Gritou porem agora mais baixo
Leandro, em pé ao lado, com seu braços caídos e cabelos escorridos, olhou para o céu, e caiu em pranto tristonho e doloroso. Em seguida, olhando para mim naquele estado, sentindo-se o maior culpado, e sofrendo intensamente sentou-se no asfalto derretendo-se em lágrimas, sentindo a perda de um amor não vivido, a perda da mulher que sempre cobiçara, vendo a mulher de seus sonhos ali, desfalecida.
Mas ao contrário do que todos pensavam, eu continuava a respirar. Foi quando a ambulancia chegou ao local, que um socorrista, verificou meu sinais vitais e gritou:
-Afastem-se todos ! ela esta respirando, ajudem tragam a maca, me ajudem rápido.
Foi muita sorte eu ter sobrevivido aquele acidente, eu estava em alta velocidade, um rapaz muito jovem, na faixa de uns 18 anos, estava apostando corrida com seu amigo, quando avistou a policia e tentou fazer a curva fechada, bateu na altura das rodas dianteiras do meu carro, que rodopiou na pista, meu corpo foi arremessado para fora, já que eu não fazia uso do cinto de segurança. Eu sobrevivi, mas o menino não teve a mesma sorte.
Apesar de estar viva, eu estava também inconsciente. Deitada em uma cama da UTI, apenas respirava. Daniel não me deixava sozinha um instante, e não permitia que Leandro me visitasse, pois Leandro contara que era apaixonado por mim e que mudaria o mundo se necessário, para ficar comigo, Leandro ficava em sua casa sempre ansiado, querendo saber noticias, ligava para minha mãe a cada hora,. Ele daria sua vida pela a minha, dizia isso todos os dias para ela. Daniel sempre ao meu lado, acariciava meu rosto arranhado, beijava minha testa e segurava forte a minha mão demonstrando que estava ali, e que jamais me abandonaria, mas sentia muito medo de que quando acordasse, não quisesse mais eu ficar com ele.
3° Parte e ultima parte.
-Oque você esta fazendo aqui ? não basta tudo o que já fez para destruir minha vida e da Alice?
-Se Alice esta aqui agora é porque você a magoou, você é o causador de todo o sofrimento dela, Daniel.
-Dê o fora já ! vá embora e nunca mais apareça Leandro. Eu te odeio, já não és mais um amigo e sim um traidor.
-Eu não vou até ver como esta Alice, eu preciso sentir o calor de suas mãos, o toque de seus lábios !
-Como ousa falar de tal maneira audaciosa! vá embora Leandro,agora...
Ao acordar foram as primeiras palavras que ouvi. Leandro viera me visitar enquanto Daniel estava almoçando, mas Daniel não conseguiu comer nada, então subiu novamente ao meu quarto e deu de cara com Leandro,segurando minhas mãos e acariciando meu rosto,foi quando começaram a brigar. Eu já estava fora de perigo,em recuperação em um quarto particular do hospital. Quando percebeu que eu havia aberto os olhos e gemido, Daniel interrompeu sua própria fala, e direcionou-se rapidamente para perto de mim, segurando forte em minhas mãos perguntou se eu estava bem. Eu não tive reação nenhuma,estava feliz que Daniel não tinha me abandonado, mas me coroia por dentro aquela sensação de sufoco e magoa.
Estava eu sentada na varanda da casa simples de meus pais. Tentando encontrar uma saída para aquela situação, quando tudo que conseguia pensar era em meu amado, Daniel, eu sentia tanto sua falta, em sua ausência me sentia desprotegida. Meu coração batia de vagar, como se sem vontade de continuar batendo, com vontade de parar e descansar finalmente.
Daniel costumava caminhar nas tardes chuvosas, gostava de ter a sensação de que a chuva fria estava lavando sua alma, lhe estava limpando toda culpa e receio existente em seu passado. Enquanto caminhava, imagens e momentos vividos com a minha pessoa, tomavam conta de seus pensamentos. Lágrimas de saudade, rolavam em seu rosto. Ele sentia-se culpado por tudo, afinal quando seus amigos lhe falaram sobre sua festa de despedida de solteiro, ele concordou e ficou todo empolgado. Em nenhum momento recusou-se da ideia, mas também não estavam em seus planos garotas de programa, garota nenhuma estava em seus planos, seus amigos realmente encarregaram-se de embriagá-lo e de joga-lo nos braços daquelas vadias. Mas a culpa maior de Daniel, era de ter sentido prazer ao transar com as garotas, ele sabia que isso foi oque mais me machucou, sua cara de prazer perturbava meus pensamentos dia e noite.
Foi numa tarde de domingo, enquanto meus familiares me faziam sentir amada e alegre, com mimos e carinhos, que aconteceu uma crise grave. Uma parada cardíaca fez com que me levassem as pressas para o hospital mais próximo, na ambulância mesmo o paramédico conseguiu me reanimar. Mas ao ficar pronto meus exames cardiovasculares, o médico detectou um problema crônico muito grave, que levavam a necessidade de um transplante urgente de coração. Eu estava novamente por um fio.
Em sussurros forçados, pedi a minha mãe que dissesse a Daniel que eu o amava, eu estava sentindo que estava a beira da morte. Mas não podia partir sem antes dizer a ele que é o homem da minha vida, e que o amo perdidamente, desvairadamente.
Daniel veio assim que minha mãe ligou, mas eu já nem falava mais, apenas lágimas rolavam em meu rosto. O médico falou à ele que eu estava na fila de transplante, e que era muito grande, que não daria tempo pois a doença já estava muito avançada. Daniel enlouqueceu, precisava fazer algo, não podia deixar que eu morresse. Foi me ver pela ultima vez, em pranto, me pedia perdão, dizia com toda sinceridade que eu era a mulher que ele sentia o maior amor, que não conseguiria viver sem mim. Eu me esforçava para dizer a ele que o perdoava sim, e que queria apenas que me abraçasse, "sim meu amor, eu te perdoo, sim, me abraça Daniel, me abraça, eu preciso de ti meu anjo, eu te quero, eu te amo, Daniel...Eu ti amo". Mas nada saía, e nada fazia com que Daniel se acalmasse. Levantou-se, me deu um beijo demorado e carinhoso nos lábios. Adormeci. Minha ultima lembrança, o toque macio e quente de seus lábios, sua respiração envolvente. O seu amor verdadeiro.
Pii...Pii...Pii... Acordei ouvindo o barulho do aparelho medidor dos batimentos cardíacos, estava meia zonza, olhei para todos os lados. Cade Daniel, ele estava aqui agora pouco, onde ele foi ? Aonde esta Daniel ? Não demorou nem 5 minutos que as enfermeiras vieram me examinar. Ouvi uma comentar:
-Nossa ! que loucura, que historia de amor forte, nunca havia visto algo parecido.
Me deram um calmante e me disseram que eu ficaria ali apenas mais 2 dias em observação, e logo após receberia alta. Mal podia esperar para ver ele, Daniel, para dizer-lhe que o amo. Nem imaginava que jamais o viria de novo.
Ele não veio me buscar, quem o fez foi meu pai, que me explicou que meu marido não viria me visitar, mas que ficaria tudo bem. Eles não tinham a intenção de me contar, mas foi quando cheguei em meu apartamento, entrei em meu quarto, que estava do mesmo jeito da ultima vez que estava ali, porém havia uma caixinha branca, encima da cama, com meu nome escrito em lilás. Pedi à meu pai que me deixasse sozinha para me trocar, esperei que fechasse a porta e então abri a caixinha... (Lágrimas) algo ainda mais doloroso. Um vídeo, do meu amor, chorando e dizendo com a voz trêmula :
- Alice! dizer que te amo não adianta mais, decidi então provar. Te peço que me compreenda como sempre fez em nossos 5 anos juntos, te peço que me perdoe. E sinto a necessidade de lhe agradecer por ser uma mulher perfeita. Eu não suportaria ver você partir para sempre, então me proponho a dar minha vida pela sua. Lembre-se minha amada. estarei vivo dentro de ti, te peço que cuide bem do nosso coração, e que vivas tranquila. EU TE AMO Alice !
Coloquei a mão sobre meu coração e caí em desespero, era realmente oque eu havia entendido? Meu pai foi paciente e corajoso, ao me contar toda verdade.
Após me beijar pela ultima vez, Daniel havia partido com um plano já formado em sua mente. Comprou uma câmera digital e uma arma de fogo. Foi até o banheiro do hospital trancou-se e pôs em modo de vídeo. Gravou uma mensagem que dizia que, oque estava fazendo era de vontade própria, e que os médico usassem seu coração para salvar Alice. Em seguida carregou seu 38, e com a mão trêmula, o apontou para a cabeça, olhando firme para a câmera. Antes de puxar o gatilho disse :
-Tudo pela minha amada Alice. POW .
Ao ouvir o barulho do tiro, arrombaram a porta do banheiro, e depararam-se com Daniel desfalecido. Pararam o vídeo e chamaram os médicos, que analisaram tal e entraram em contato com os pais de Daniel. Apesar de sofrerem muito, eles permitiram que fizessem o transplante, a final este foi o motivo do seu sacrifício.
Depois da minha total recuperação, decidi morar em outra cidade, perto do mar, onde encontrava um pouco mais de tranquilidade. Leandro tentou aproximar-se de mim, mas eu não suportava a ideia de ter outro homem, nem mesmo como amigo, então nunca mais o vi. A tristeza toma conta de mim, vivo apenas para não deixar Daniel morrer, sei que ele esta aqui, dentro de mim, (lágrimas) sinto seu coração bater, tenho o vento como seus dedos acariciando minha pele. E a eterna e mais emocionante lembrança daquele ultimo beijo que me dera no hospital. O nosso beijo de despedida.
Fim.