EU...
Se eu fosse um poeta.
Iria eu, ter a ousadia de me dirigir até vos.
Mas como não sou, reprimi o desejo.
E hoje estou aproximando letras.
Que me fazem lembrar de você.
Essas lembranças ganham vida.
Ao se estamparem nesse rascunho.
Talvez, elas se tornem poemas e eu poeta.
Se esse dia ocorrer, nesse dia.
Me sentirei alicerçado para contornar o nosso encontro.
Que ganhará a seguinte veste:
Agora que estou diante de vós.
Espero que minha voz, se torne voz.
Espero que vós, sinta a minha voz.
Mas qual é a minha voz?
A minha voz se torna voz sem voz.
Vós? Me diga qual é a minha voz.
O que se esconde nessa minha voz.
Que ganha outra roupagem nessa gripe.
A gripe que me impede de sentir o teu perfume.
Preciso do Divã, para despedir-me da influenza.
E sem gripe, poder sentir o teu perfume.
E, ao senti-lo. Tu sentiras o meu.
E poderá dizer-me. Qual a minha voz.
Preciso de um Divã!
Você
Respirei com os olhos.
O perfume de tua imagem.
Desprendi-me, resvalei-me.
Esbarrei-me na puera.
Na puera que a distância do tempo.
Apresentou-se e, responsabilizou-se por nos separar.
Nos separou devido a distância, distância do tempo.
Distância que ganha vida no tempo.
Tempo que ganha vida na distância.
Vida que ganha vida no tempo e na distância.
De onde vem a genética dessa vida?
Vem de mim, e eu deixo de ter vida.
Ao ato de emprestar-se, para o tempo e para a distância.
Um a partir do outro.
É a minha vida que padece.
E eu fico sem vida, procuro a minha vida.
Onde encontrarei? Em ti.
Sono
Despertei-me de um sono.
Do qual já estava acordado.
No qual foi você o despertador.
Que me desprendeu/de um travesseiro invisível.
Que não é tateável mas nem por isso.
Deixa de se revestir de utilidade.
Utilidade essa, que me faz descansar/sem estar cansado.
Me faz velar-me/sem estar morto.
Onde está a utilidade?
A utilidade está em ser acordado por ti.